quarta-feira, 16 de março de 2011

Riqueza, poder e glória.



Nos dias atuais as pessoas vivem buscando estruturas que contribuam com os seus diversos interesses individuais. Muitas delas tendem a apresentar características egoístas em seus modos de conquistarem o que desejam, levando a maioria dos indivíduos do presente século a agirem como se estivessem numa competição predatória, fazendo tudo girar em torno de títulos, de pódios e de ser o número um dos melhores.
No inconsciente coletivo há valores que norteiam os nossos comportamentos embriagando-nos com finalidades bem definidas como: juntar fortunas, obter poderes e receber as glórias. E nesse porre psíquico, o importante é evoluir a mente a ponto de fazê-la capaz de ser uma ferramenta a mais na busca de benefícios como ter grana no bolso, prestígio social e receber as glórias de ser o homem íntegro conforme o padrão moral estabelecido por grupos cada vez menores.
      Nesse contexto que discorro de um modo simplificado, fica extremamente fácil perceber as ações de diversas empresas, dos negócios entre executivos, dos lançamentos de novos produtos, e por que não mencionar, a fundação de novas instituições religiosas, pois a abertura de muitas delas são meras ações estratégicas voltadas para os temas: ‘’riqueza poder e glória’’. O impressionante é a forma com que os líderes publicam seus “produtos” e, como dizem: Propaganda é a alma do negócio, uma expressão inequívoca em qualquer sentido quando utilizada nesse contexto, pois as suas almas são dedicadas a usar a famosa ferramenta que é a “pregação”, pois se torna a principal forma de vender os produtos de sua empresa. Há quem acredite que os discursos mais eloqüentes sobre geração de lucros sejam de presidentes de grandes multinacionais ou de seus homens de negócios, porém ficamos surpresos ao observamos que os melhores discursos e ações visando esses objetivos atualmente sejam de magnatas do ramo religioso, que lucram muita grana vendendo divindades, oferecendo riqueza, poder e gloria. Nesse âmbito a lei da barganha é estabelecida, sendo o dízimo utilizado como “moeda de troca”, onde tanto os líderes, que se revelam inclinados a manutenção desse sistema de ambições, quanto os membros dessas confrarias, são envolvidos com os benefícios que o negócio se propõe viabilizar, dentre os quais, o extremo luxo, o poder absoluto nas decisões e status social.
     É lamentável observar que vários ambientes denominados cristãos são impulsionados por ideais propostos pelo mundo capitalista, inclusive muitas igrejas evangélicas de nosso país, que fazem projetos megalomaníacos - como reconstruir o templo de Salomão com o intuito de assegurar o sucesso e o poderio de recursos por mais algumas décadas, Muitas delas sugam o máximo de recursos que puderem de seus fiéis, não importando qual seja o método utilizado como: chorar, espernear, gritar, se jogar, enfim, tudo é lícito quando convém crescer a “obra de Deus” feita por eles.
     As igrejas que tem esse perfil, não foram as grandes pioneiras em ofertar esse tipo de ostentação que envaidece o ser para os que desejam, apesar de ela ser a grande imitadora dessa prática nos dias atuais. Muitos seguem fervorosos os exemplos de seus preconizadores eclesiásticos no decorrer da história das igrejas, formando ensinamentos e doutrinas para fundamentar muitas práticas que não encontramos nos interesses de Jesus. Para ilustrar o que desejo, reporto-me a uma situação muito conhecida descrita no evangelho de Mateus, onde encontramos a narração da tentação de Jesus Cristo. Nesta ocasião, encontramos Jesus no deserto, conduzido pelo Espírito de Deus com a finalidade de passar por esta situação, objetivando mostrar para nós hoje o que sempre o diabo anda oferecendo aos que tendem ser como Jesus de Nazaré. E ao passar quarenta dias e noites andando pelo deserto jejuando ele sentiu fome e após observar tudo isso, o diabo vem à presença de Jesus e oferece o poder de transformar as pedras em pão onde ninguém espera, de receber proteção divina em qualquer lugar que quisesse, só para mostrar que era filho de Deus e o poder de tornar-se glorioso entre todas as nações, pedindo que Jesus se prostrasse em adoração a ele, pois se assim fizesse, ele mesmo garantiria todos os reinos da terra a Jesus.
Tudo que foi oferecido a Jesus no deserto por lúcifer ainda subsiste com leves adaptações feitas por várias igrejas hoje, oferecendo aos seus fiéis basicamente aquilo que o diabo ofereceu a Jesus no deserto, tornando o quadro abominável. A situação se agrava por sabermos que a cada geração o nível de ambição, de corrupção e de impulsão do ser para essas coisas tende a aumentar, tornando-se como uma massa fermentada em excesso crescendo sem controle. Tudo isso está acontecendo em nível de instituições eclesiásticas, Posso constatar isso na maneira explicita que líderes “determinam” as ações de Deus em grande parte das igrejas neopentecostais, e muitas outras adotando teologias da prosperidade comandadas por charlatões que ofertam prosperidade a todo aquele que se prostrar e adorar a instituição, chegando ao ponto de doar quantias significativas em demonstração de “fé”, semelhante aos investimentos da bolsa de valores, onde o indivíduo compra ações na esperança que elas se valorizem.
     Em contrapartida, Jesus Cristo está do lado de fora disso tudo dizendo: Eis que estou à porta e bato, quem quiser sair abra a porta e siga-me aqui do lado de fora, onde é fácil encontrar gente simples necessitadas. Por isso, avalie por quais razões se congrega em alguma igreja, pois o reino de Deus não é comida e nem é bebida. Por fim, sair desses ambientes de pessoas que se reúnem para manter essa máquina funcionando, no qual esse espírito acontece e cresce mais de forma invisível do que visível, é uma atitude de quem sabe que o importante é o caminho que se faz na vida, e não se prostrando em adoração aos que nos oferecem algum tipo de benesses que satisfaça o ser de forma egoísta e exclusivista, onde os valores das pessoas estão sendo baseadas pelas contas bancárias e os lugares são considerados bons por terem estruturas luxuosas. Lembre-se: quem ofereceu tais coisas ao mestre tentando seduzi-lo, pode haver conseguido no meio onde julgamos ser o menos provável, porém temos a chance de responder dando um grito em nossa alma, ou até mesmo verbalizando se necessário: “Vai-te, satanás; pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto.”, para que após isso, Jesus nos console e nos dê somente o que necessitamos para ser satisfatoriamente felizes.


POR WESLEY FERRER

Um comentário:

  1. Esse artigo apesar de ser complexo e polêmico retrata a verdade de muitos ambientes religiosos, mas não devemos esquecer que naquelas cartas apocalipticas haviam quem se se salvasse, fazendo um paralelo aos dias de hoje acredito que ainda existam igrejas que entendam que o reino de Deus não é comida e nem bebida...Parabens pelo o artigo!

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